Uma única dança?

Vou contar-lhes um episódio acontecido a pouco.

Um pai tradicional, que cultiva sua cultura a finco pede a filha mais nova para que conceda aquela dança a ele. Sua irmã mais velha diz "é o dia do aniversário dele, por mais que não goste da música e não saiba dançar, tenta, só dessa vez!". Nada adiantou. Então o pai lhe disse "olha olha, não sabes até quando terá a oportunidade de poder tentar aprender a dançar com seu velho pai...", e riu como se tivesse feito só mais um comentário. O pai então a pegou no colo como quando se pega no colo crianças pequenas que não sabem dançar, ou até mesmo caminhar ainda, e rodopiou junto com ela, mas nada adiantou novamente, ela continuava a resistir,  mas pode sentir uma tremenda diversão naquele momento. Assim depois da vã tentativa o pai a soltou e sorriu, e ela sorriu de volta e foi sentar. A irmã mais velha a olhou e disse "pelo menos dessa vez podia ter sido", mas sorriu também por um momento tão curto e único.

Agora lhe pergunto, quanto tempo temos ao lado de quem amamos?
Ou mesmo que não estejamos ao lado, mas até quando poderemos ter voz para dizer o quanto a amamos?
Coração pulsante que guarda tal sentimento?
Ninguém sabe. 
Mas desse ocorrido o que pude enxergar é que não teremos todo o tempo do mundo, e que podemos dizer todos os dias e todas as horas o quanto amamos aqueles que nos cercam, mas não será o bastante nunca, apenas o necessário. 
Então diga o necessário, nunca deixe de dizer, não perca qualquer oportunidade, pra que elas possam saber, e sentir que são correspondidas.
Por que quando o tempo se esvai a falta sempre será sentida, porém dessa maneira ela será de uma forma pacífica por saberes que deixou seu coração livre para expressar-se.

(Photo by_Kamilla Lima - Altar para doação ao hospital de câncer em Gurupi-TO)